Espetáculo Lôas

O espetáculo “Lôas” apresenta o entrelaçamento da trajetória de seis mulheres em uma embarcação, que navegam por um oceano composto por suas próprias vivências e memórias. Em um contínuo movimento pendular, as histórias que elas têm para contar transmutam de seus corpos através da leveza, da tensão, da respiração, da gradação e do tremor.
“Mulheres negras como protagonistas de seus corpos, de suas cenas, de suas histórias, propondo entre si e ao público, a experiência de habitar a ancestralidade pelas vias físicas do corpo”, comenta o coletivo que tem como fundadores Verônica Santos e William Simplicio.
A centralidade poética da obra está na transposição do sentido histórico que chega aos dias atuais através das questões que permeiam as mulheres negras e seus corpos, e que revelam, ao mesmo tempo, a presença da resistência delas. E faz um mapeamento corporal a caminho da ancestralidade que acontece no tempo presente, esvaindo-se da ideia de que a ancestralidade se encontra apenas no passado e por isso marcada apenas por pontos doloridos, como a escravidão.
As intérpretes dançam as suas memórias. Uma performance que exalta a corporeidade assumindo a dimensão de potência significativa para identidade negra no Brasil.
“O corpo como um mapa que nos direciona. A ancestralidade que flui através dos nervos, da carne, da pele, da lágrima, da saliva. É como se, através dos poros que se abrem, essa ancestralidade viesse à tona para direcionar o nosso olhar adiante”, comenta o coletivo.
“Um espaço pensado e criado para que as pessoas tenham experiências de seus corpos com outros corpos. Com Lôas, propomos uma experiência física pessoal para acessar a ancestralidade e propomos que o público também faça parte disso”, finaliza o coletivo.
Corpórea Companhia de Corpos
Com uma trajetória significativa no campo da pesquisa, criação, pensamento e difusão da dança, a Corpórea Companhia de Corpos, desde sua criação em 2015, vem aprofundando sua pesquisa no cotidiano através do corpo feminino, pensando o protagonismo da sua existência como atravessamento dos tempos no mundo atual.Com o espetáculo “Rés”, que estreou em 2017, a companhia denunciou a realidade de corpos femininos em situação de cárcere.
A montagem recebeu uma indicação ao Prêmio APCA na categoria “Não estreia”, em 2019. A pesquisa deste trabalho rendeu ainda a contemplação no Edital Rumos 2017/2018 do Itaú Cultural, com o projeto: Ocupação Rés – mulheres em Cárcere.
Espetáculo Contos de Amor e Morte



Participação no elenco de atores.
Texto: Marcelino Freire
Direção: Ernandes Araujo
Local: Biblioteca Alceu Amoroso Lima, localizado na cidade de São Paulo
Realizado em Outubro de 2019